Ivone Leão

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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sexta-feira 13...




Mandala presenteado por um fundamental personagem na história da minha vida!! Obrigada Luíz!!




Sexta feira 13, 2:45 da madrugada ouve-se o choro forte de criança que ecoa através do espesso silêncio da madrugada...


...Esse bem poderia ser o inicio do roteiro de uma novela onde a protagonista nasce numa sexta-feira treze no meio da madrugada à beira do regime militar no país, do voto da mulher, da liberação feminista, do advento da pílula anticoncepcional e dos shows de rock que nunca mais ocorreriam no mundo regados de mulheres grávidas, crianças, homens cabeludos, rock e muita paz e amor...

Mas como a arte é o rascunho da vida foi assim que essa que hora escreve, veio ao mundo num clima de mudanças sociais significativas não só no Brasil como no mundo e fiz de tudo uma grande sala de aprendizado e observações preciosas... hoje comemorando mais um ano de vida e longe de me encontrar numa crise dos 50 faço da vida um laboratório, um palco ou um roteiro onde muitos chegaram para escrever seus personagens na troca de experiências ao longo de meus anos vividos, assim como outros ainda vão chegar... dizer que foi fácil até aqui seria uma grande mentira, dizer que faria tudo de novo do mesmo jeito seria outra, mas quanto a ter me tornado uma pessoa bem melhor eu não tenho a menor dúvida.

Eu, a menina tímida que decorava poesias de versos numerosos, a mocinha que cresceu de repente diante da inesquecível experiência com a morte que nortearia o resto de todos os meus dias... à mulher forte e renovada de hoje tenho muito a agradecer... a meus pais, meus irmãos, meus filhos e a todas as pessoas que deixaram em mim experiências felizes... assim como àqueles que me ensinaram fazendo eu conhecer uma força inimaginável nos piores momentos do caminho, pois todos de alguma forma me auxiliaram a construir a pessoa que sou hoje!!

Amo a vida
Essa energia que veio ...
assim como vai comigo para onde minha consciência for...

Ivone

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Crianças Indigo...

Hoje organizando algumas coisas no Blog reli uma postagem de 27 de Novembro de 2010, nesse tempo eu ainda não desenvolvia meus textos por aqui como hoje, só no meio de 2011 é que comecei  mais regularmente minhas postagens, o texto curto subscrevo a baixo...

""" Enfim, descobri porque me senti diferente de todos desde menininha, sem tribo, sempre posta de lado por isso mesmo. Trilhei por muito tempo uma vida solitária, sem encontrar pessoas que tivessem afinidade com meus conceitos, apesar de aos poucos ter aprendido a me soltar devido a uma alegria natural da alma, apesar de momentos profundos de introspecção e mesmo um sentimento de derrota por tantas vezes, cresci com livros e mais livros e tenho vivido uma vida rica em experiências.

Sim eu sou uma
Indigo.

Hoje uma mulher adulta e segura de mim, sinto orgulho sem egocentrismo, mas orgulho de ter vencido tanto preconceito e até mesmo ter sofrido o mais alto grau de maldade de pessoas realmente sem coração.


Ivone Leão .'. """


Esse mês estreou uma nova novela das seis na Globo e lá eles falam sobre crianças fora do padrão da maioria e entre elas sobre as crianças Índigo.

Acontece que a abordagem deles não é muito realista ou pelo menos é parcial pois as primeiras crianças índigos nasceram no fim da década de 1950, mas só hoje o assunto ganha espaço na grande mídia, as indigos nem sempre são gênios, ou tem o dom da vidência como é mostrado ali, as crianças índigo são sim naturalmente inteligentes não essa inteligência comprovada por testes de QI...
  
Ligadas a natureza algumas nascem com o dom de lidar com as plantas, outras com os animais, com os astros, mas todas com riqueza de raciocínio, auto-ditatas não se encaixam nos padrões de ensino da maioria das escolas pois elas tem seu próprio tempo, e foco de interesse, são contemplativas e lidam com a vida em outras bases, se sentem muito sozinhas quando não encontram quem as apoiem e podem adoecer caso a sensação de isolamento se torne muito grande. Se você for infiel com ela perderá sua confiança mas não seu respeito.

Se alimentam de maneira frugal, não são ligadas a alimentos de origem animal por isso as vezes os pais sofrem com elas nos primeiros anos de vida, muitas são alérgicas inclusive ao leite de vaca. Gostam de cereais como milho, grãos e o que vem da terra, não ligadas a fast-food...


Nosso plano terrestre segundo alguns estudiosos é o oitavo mundo em nível evolutivo, portanto os índigos vêm à terra a fim de ensinar à reintegração com nossa essência verdadeira. As gerações que regeram nos últimos séculos desenvolveram o lado material da vida com as grandes descobertas científicas e tecnológicas, mas como bem sabemos os centros urbanos materialistas degradaram e degradam nosso planeta por isso a necessidade de revisão de nossos conceitos a fim de um retorno de valores para a cura de nossa nave Mãe!!

Eu sei do que falo pois além de uma pesquisadora demorei para entender que eu sou uma delas, desde menina sofri muito justamente por isso, nunca consegui me adaptar as escolas, tudo muito monótono e pra mim sem sabor, mas pelo contrário apaixonada pelo conhecimento aos sete anos já decorava poesias imensas com a maior facilidade, em contra parida sofri desde o primário levando inclusive um tapa no rosto de uma professora pelo meu modo tranquilo, contemplativo não me encaixando com os demais da classe, não que eu não gostasse deles apenas não conseguia conexão nos interesses.

Tenho memória de acontecimentos com três anos de idade incluindo memória palatável e olfativa, a quarta a chegar à minha família e a primeira mulher me sentia bem quando estava deitada no jardim contemplando as nuvens, as estrelas... Ah! as estrelas... lembro que um conhecido de meu pai tinha uma luneta e as vezes que íamos até a casa dele ficava louca para poder contemplar as estrelas, tinha vontade de ir ao planetário, essas eram as minhas paixões...


Fiquei muitas vezes doente incluindo uma semana acamada com febre altíssima sem que nenhum médico descobrisse qual era meu problema..


Contar uma vida é impossível num pequeno texto, mas eu sei como foi e ainda é difícil viver num sistema materialista quando seus obejetivos são humanos e espiritualistas... Vira e mexe me imagino de partida para alguma comunidade alternativa...

Existem ainda pouco material escrito sobre os índigos mas fico muito feliz por este tema estar sendo abordado hoje de forma popular acredito que poderá facilitar a vida de muitas pessoas...


Vivemos o tempo de respeitar as diferenças...


Se você se interessa sobre o assunto eu tenho um livro em PDF que posso disponibilizar do Lee Carol e Jan Tobber é um ensaio sobre familias e pessoas que convivem com os Indigos. Tenho também  um e-mail muito bem organizado sobre o assunto é só me pedir que eu envio, o link que eu tinha sobre o assunto não funciona mais infelizmente.


Ivone Leão


Apaixonada peka vida!!


sábado, 14 de janeiro de 2012

Milagrinhos de uma vida bem vivida---uma história real!!


Eu estava vivendo nesse tempo a experiência de meu segundo casamento.

Numa noite após mais de um ano da passagem de minha mãe para o plano espiritual eu a vi sorrindo para mim dizendo que eu estava grávida de uma menina, me senti muito bem com isso, pois naquele ano não houve dia que terminasse sem que eu chorasse sua partida inesperada num dia de sol carioca.

Na manhã seguinte fui a farmácia e comprei um desses testes que veio a confirmar a previsão da noite anterior.

Fiquei muito contente, eu já tinha dois meninos e agora a chegada de uma menina era tudo o que eu queria.

Comemoramos em família.

Foi uma gestação maravilhosa, eu nunca me senti mais bonita, era como se eu estivesse coberta de luz por onde ia recebia elogios incluindo de minha médica, engordei apenas o suficiente para o bebe.

Quando foi próximo aos oito meses de gestação meu marido foi desligado da empresa de engenharia onde trabalhava como projetista.

Lembro dele chegando em casa arrasado, super preocupado, mas como eu sempre fui profissionalmente independente disse a ele que não se preocupasse, compramos uma garrafa de vinho leve e comemoramos o fato.

O mais breve colocamos anúncio em dois jornais oferecendo alguns serviços, entre eles o de projetista.
 
Logo surgiram telefonemas, fazíamos faixas publicitárias entre outros pequenos serviços, mas o que viria em breve foi uma experiência que desafiou a fé de meu marido que aos 26 anos nunca vivera algo semelhante.

O telefone tocou procurando pelo projetista, ele atendeu e marcou uma visita com o representante da empresa que vira o anúncio no jornal.

Na manhã seguinte meu marido foi até lá, e qual não foi sua surpresa ao tomar conhecimento de que a empresa era uma multinacional precisando de um projeto de tubulação industrial para essências de perfumes.
 
E agora, disse ele ao chegar em casa, eu nunca fiz nenhum projeto desse tipo mas eu também não disse nada a eles, peguei o serviço mas nem sei quanto se cobra por ele fiquei de passar o orçamento dentro de uma semana, e eu lhe respondi, se chegou esse trabalho até você é porque vai conseguir fazer.

Compre um livro sobre o assunto e consulte algum profissional dessa área para saber o valor que se cobra, e assim foi...

Ficamos encantados ao saber que era um serviço de alto custo o equivalente a 8, 10 mil reais.

Pra gente naquele tempo era um ótimo dinheiro, ainda hoje seria com certeza, e dessa forma ele voltou a empresa e fechou o contrato de serviço prometendo o prazo de até um mês para a entrega do projeto.

Recebeu um adiantamento e foi pra casa estudar o tal livro de tubulações industriais, que por mais que ele olhasse não conseguia entender nada, muito diferente que era dos projetos de engenharia civil que estava 
acostumado a realizar.

Uma semana, duas, três semanas e nada... E eu cada vez mais grávida 'rs' e agora? Sem plano de saúde e no Rio de Janeiro precisar de um hospital público uau é complicado.

Já havíamos recebido parte do dinheiro, o tempo passando, e nada dele saber como iria realizar aquele bendito projeto...

Foi num domingo quando voltamos de um passeio que ao pegar o livro na mão como fizera tantas vezes antes que num repente a compreensão começou a surgir na sua mente ele foi para a prancheta (era o que se usava há mais de 20 anos atrás) e desenvolveu o projeto inteirinho.

Nessa semana ele entregou o projeto, fez uma explanação sobre tudo o que fizera com toda a segurança sendo que ainda de quebra foi convidado para trabalhar na empresa, de tão bem impressionados que ficaram com o trabalho.

Ananda Mell nasceu no bem equipado hospital Sírio Libanês numa cesariana na semana seguinte...

E vai me dizer que Deus não existi?!

Ivone Leão

Apaixonada pela vida!!

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Meu presente de Natal a você!!

O Natal pra mim é uma data muito especial...

... em primeiro lugar porque faz homenagear o grande mestre Jesus que muito mais que qualquer interpretação que as religiões possam dar a ele, nos deu exemplos para uma vida em harmonia com a natureza e a lição do amor ao próximo e a nós mesmos, lições que se mantivermos em fóco traremos em nós apesar das versões estreitas que outros possam ter da gente, a serenidade de sermos leais e íntegros.

... em segundo lugar porque a vida me deu em vários anos, desde menina, em datas próximas a ele lições  que me fizeram ser a pessoa que me transformei, longe de perfeita, bem estruturada emocionalmente para conseguir me manter forte diante das maiores adversidades da vida!!

Portanto plagiando um e-mail que recebi um dia desses da minha querida amiga Fernanda Defino 

eu desejo a você...

 ... Sol o suficiente para sentir o calor e o colorido da vida! 
... Chuva o suficiente para que possa valorizar um dia de sol!
... Felicidade o suficiente para que mantenha o seu espírito alegre! 
... Dor o suficiente para que aprenda a valorizar as menores alegrias na vida! 
... Que satisfaça os desejos materiais o suficiente para não se tornar supérfluo!

... E desejo a você perdas o suficiente para apreciar tudo o que possui!!

Esses desejos são os meus presentinhos de Natal a você, pois são aqueles que ninguém pode nos tirar e nos faz forte diante de todas as provas que a vida venha nos propor!!

E.Q.U.I.L.I.B.R.I.O!!


Forte e fraternal abraço!!!

Ivone Leão

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

No balanço das horas tudo pode mudar...





Hoje por aqui o dia está chuvoso e o céu cinzento me faz viajar a um tempo em que o céu parecia mais perto de mim...




As crianças eram quatro nesse tempo, as meninas, pequenininhas, brincavam por perto enquanto os irmãos estavam na escola e eu fritava os peixes para o almoço numa cozinha improvisada na varando de nossa casinha de madeira, que era pouco maior que aquelas das meninas com suas bonecas 'rs' acho que era mesmo como uma reprodução das brincadeiras de criança que eu encarava aquela experiência, pois pra mim tinha um gostoso sabor de aventura.


O pai das crianças depois da pescaria que o encontrava no despertar do dia trabalhava na obra da casa que era construída num mutirão familiar.

O alicerce, feito numa argamassa criativa de cimento, barro e areia ficara pronto e as paredes já surgiam nos ensinando o valor de cada tijolo assentado.

Difícil era alguém chegar a nosso pedacinho de terra litorânea, mas nos últimos tempos alguns fiscais haviam perambulado por lá orientados por uma mulher que não via com bons olhos uma família de não locais se estabilizarem por ali.

E foi justamente dois deles que nos visitou nessa passagem da manhã para a tarde nesse dia reservado para minha fé se apresentar como nas histórias de minha infância na escolinha da igreja.

... de supetão a paisagem se modificou com a presença daqueles homens, eram dois, o que aparentava mais idade trazia no rosto grave a aparência de anos de experiência naquela profissão _ fiscal _ sim, fiscal de obras, chegara ali indicado por aquela mulher que insistia em nos demover do propósito de criar nossos filhos nessa terra.

... logo atrás vinha outro homem que não pronunciaria palavra alguma durante todo o encontro, fotografou com uma polaróide que revelou nosso esqueleto de futuro lar permanecendo de olhos abertos e boca fechada enquanto o que se apresentou como fiscal nos notificava que daquele momento em diante nossa obra não poderia continuar...

Nesse momento eu já havia largado a cozinha me aproximando do estranho grupo que longe de amigos mais pareciam guerreiros urbanos naquela situação pra mim inusitada me fazendo inteirar do assunto...

 ...o pai das crianças de temperamento irritadiço e boa conversa trocava argumentos com o funcionário público quando eu entrei com minhas argumentações sem nenhuma dúvida de que aquilo não era justo com essa família que vinha realizando a visão modernista dos 'doze trabalhos de Hércules' com desenvoltura e honestidade de propósito...


Os homens, tanto o que argumentava quanto o que se mantinha calado ouviram, mas após a nossa assinatura na notificação, viraram as costas e seguiram sem olhar pra trás os sonhos que vieram acordar...


Nesse momento o homem que me acompanhava nesses tempos da jornada se tornou a imagem de um leão acuado, andava de um lado pro outro sem sossego ou direção, eu voltei à cozinha, pois o ritual de alimentar o corpo tinha que continuar, as meninas brincavam tranquilas como parte daquela natureza que nos envolvia cúmplice de tudo.

Minha mente não estava junto com meus gestos, numa meditação contínua tentei manter o foco no desejo de que algo mudasse as ações da última hora, não me dava por vencida, projetava a imagem de nossa casa pronta e com todos nós dentro dela.




Pensei na minha mãe e pedi numa oração de filha que a sabia num lugar perto dos anjos que me ajudasse...


Almoçávamos numa ação mecânica quando avistamos os dois homens de volta, o que não usava o verbo ficou mais distante, o fiscal que disse estar nos próximos dias se despedindo de sua profissão estendeu o braço devolvendo a fotografia nos indagando se até o nascer do outro dia conseguíamos cobrir de telha a construção, pois assim a obra não poderia mais ser interrompida.


Quando rápido acenamos afirmativamente eles se afastaram prometendo voltar na manhã seguinte.


... a noite chegou com o vento gelado invadindo todas as frestas daquela morada que guardava contornos rupestres, as meninas em sono solto, os meninos feito gente grande ajudavam como sempre, eu os mantive aquecidos com café puro e pão caseiro...

 ... nessa noite especial as telhas foram sendo colocadas uma a uma e como em pontos de tricô o amanhecer encontrou a nossa futura casa coberta por aquele manto...

Para meus dois filhos mais velhos...


Flávio Venturinne Clube de Esquina II







terça-feira, 6 de setembro de 2011

Coração em festa


mocinho partindo!!!

Sabe aqueles dias em que você se sente no último capítulo de um livro, ou na última cena de um filme ou de uma novela, cheio de emoções? 



Então é assim que estou me sentindo...


O mocinho da história parte numa linda viagem para o exterior...

bruxa partindo... ops escrevi bruxa? rs
...e a safadinha da trama na cena final volta pra sua cidadezinha sem nada daquilo que conquistou de maneira desonesta...




É exatamente assim que me sinto hoje, afinal, VIVER É UMA ARTE!!!


Ivone Leão
apaixona pela vida!






sábado, 13 de agosto de 2011

Adeus Papai




 julho de 2011



Demorei muito tempo pra entender meu pai, coisa que acredito aconteça com muitos.

Entender o pai, aquele homem que aprendemos desde pequenos que deveria ter todas as qualidades de um super homem, mas que não é mais que uma pessoa que assume certo dia a missão de ser pai.

Não que tenha sido simples chegar a essa ponderação, antes disso me senti muitas vezes desamada, outras tantas revoltada...

Até que a maturidade chega e abranda a alma da gente na flor plena da mulher que desabrocha da menina que cresceu.

Nasci no ano em que a mulher votaria depois de três anos em nossa pátria céu de anil.

Imagine portanto que sou o embrião da mulher do futuro que despontava com novos valores e lugar no mundo.

Nas ruas de minha infância a mudança era presente, das vezes que saia junto com meu pai, ele me deixava dentro do carro esperando enquanto descia pra fazer alguma coisa no centro da cidade que crescia comigo.

Pela família grande tínhamos uma Kombi nesse tempo o que pra mim era bom pois suas varias janelas me proporcionavam ótimos ângulos de visão.

Observei as saias sendo trocadas pelos jeans nas mulheres comuns que agora tinham acesso a vasto arsenal de bobes, batons e blushes. Era a explosão da indústria que vinha caminhando a passos largos nos últimos anos e o inicio das mulheres no mercado de trabalho.

Nesse contexto eu não poderia ser de outro modo, eu sou a mudança do meu tempo, incorporei todos os traços da mulher atual, trabalhei cedo, mas não como funcionária, sempre fui muito independente, lembro bem que ia a escola depois dos quatorze de táxi quando me atrasava, a conta é claro, eu que pagava.

Comecei fazendo bijuterias depois que papai cortou minha mesada, e aos dezesseis já tinha minha grife de moda com uma bela clientela.

Depois disso nunca mais perdi o sabor da finança independente, seguiria com a moda por muitos anos ainda mas unindo a cada tempo, decoração de ambientes, produções de comerciais e alguns programas de rádio, uma revista com seis edições, terapias alternativas e mais alguns satélites entre criações e mão de obra... Até encontrar a nutracêutica e a imunonutrição.

A vida quando contada fica rápida e fácil, mas pra mim não foi, no tempo em que eu crescia, chegaram os filhos, cresceram os filhos, casaram alguns deles, me despedi de pessoas importantes e outras nem tanto deixaram meu cenário há tempos.

Uma das pessoas importantes de quem me despedi depois de minha mãe e um irmão, foi meu pai.

Uma semana antes...

Estava na casa de meu pai com meus cinco filhos...

... sentados na sala de visitas formávamos uma roda onde por mais de uma hora a conversa fluiu serenamente, bem diferente de outros tempo onde havia cobrança de ambas as partes.

Enfim a paz era selada entre nós entendíamos que cada um, eu como filha e ele como pai, havíamos trilhado simplesmente o caminho que nos cabia.

Ao nos despedirmos ele segurou minha mão e agradeceu a visita, disse que em mim naquela hora encontrou serenidade e paz de espírito.

Voltei pra minha casa com o coração feliz.

Meu pai estava com câncer há alguns anos não confessado à família ...

...o telefone tocou por volta da meia noite, minha irmã do outro lado da linha  disse que haviam ligado pra ela do hospital onde meu pai dera entrada muito mal...

Seguimos pra lá eu e minha irmã, tínhamos 60km a percorrer naquela noite.

No quarto de um hospital de alto padrão estava deitado um homem bem diferente daquuele que me viu crescer.

Atordoado dizia coisas sobre os militares, pairando pelo passado distante muito provavelmente...

Ficamos eu e minha irmã um tempo olhando aquela cena sem que ele nos percebesse.

Minha irmã caçula chegou junto da cama antes de mim, fez algum carinho no pai que se despedia indo deitar-se na cama ao lado me deixando na vigília que combinamos revezar.

No silencio hospitalar cheguei pertinho dele e disse - pai estou aqui, sua filha Ivone, fique tranquilo, esta tudo bem - ele levantou a mão com visível dificuldade me aconchegando a face e disse - não esta não - e eu respondi segurando sua mão contra o meu rosto, - está sim pai, você criou seis filhos, fez o melhor que pode com a vida, afinal somos o que podemos ser, e agora ela esta dando um jeito de continuar de outra forma, precisamos de uma desculpa para nos livrar do corpo que não precisamos mais - beijei seu rosto com todo meu amor de filha, aconchegando seu braço junto ao corpo e arrumando as cobertas para que ele dormisse descansando daquilo tudo.

Lancei mão do livro que me acompanhava aquela noite, o evangelho espirita que estudava nesse tempo, abri deixando que ele próprio sugerisse sua página.

Assim vivi aquela madrugada lendo pro meu pai mensagens de alento que falavam além da vida que dele se despedia.

O dia amanheceu sem se dar conta de quem partia ou chegava, meu pai dormia calmo.

Bem cedo o hospital acordava em procedimentos habituais, enfermagem, banho...

Pelas onze o almoço foi servido as visitas.

Minha irmã serviu- se dele, eu sentei a seu lado para fazer o mesmo num gesto natural...

...não havia sentido o sabor quando na minha continua observação de meu pai no leite vi seu peito arfar, fixei meus olhos nele paralisada observando que suavemente inspirava seus últimos solfejos de ar.

Sobre o leito agora havia apenas a carcaça de uma vida que seguia...

...........................................................................................+

...PAI deixo essa homenagem de saudade
pelos dias dos pais que não pudemos estar juntos
como esse que chega breve...

sua filha Ivone

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Ai meu dedo!! Duelo de ir+mãos

   
   

Eu fui a primeira filha mulher de minha mãe que já tinha três meninos.

Crescer assim com posição desfavorável em relação ao sexo oposto, não foi muito fácil, as novidades chegavam sempre no quarto dos meninos, que ficava ao lado do meu, unidos, tinham até uma vitrola sempre em utilização numa época rica de musicalidade.

O som do corredor de casa era de Caetano, Gilberto Gil, Jeane Joplin, James Taylor, Bob Dilan, Beatles que eu menina ouvia encantada!

Costumava ficar de longe sem por a mão em nada.
Mas certo dia me atrevi a entrar no quarto pra ver a capa de um disco dos Beatles, o que me custou muito caro.

Meu irmão acima de mim chegou bem na hora me dando a maior bronca, eu assustada sai correndo pela casa com o disco na mão!!

Era próximo da hora do almoço e meu pai, dentista, tinha seu consultório num apartamento localizado atrás da casa principal, e não por acaso ele estava com um cliente na cadeira.

Imagine, eu com meu irmão correndo pela casa aos gritos que situação!

De repente ele segurou meu dedo indicador da mão direita numa ameaça para que eu largasse o tal disco, mas calculando mal a força, simplesmente o quebrou diante da minha mãe que atordoada acompanhava a cena toda sem ação, coitada!!

Quando olhei meu dedo ele  estava como uma cenoura dobrada em 'L'.

Cai no chão gritando todos os palavrões que existiam e mais alguns que inventei na hora, nisso chegou perto de nós o cliente que meu pai estava atendendo pra ver o que estava acontecendo, mas qual não foi a minha surpresa em ver que era justamente o pastor da igreja que frequentávamos, pensei comigo, ele nunca ouviu tanto palavrão na vida!!!

Imagino o que ele pensou vendo aquela cena no mínimo bizarrra!!!!

Nisso chegou o primogênito do lar, irmão querido, que me levou ao hospital pra cuidar daquela espécie de 'dedo legume' que apresentava um ossinho exposto!!!

Uáu ainda me dá arrepios ao lembrar!!

Balanço dessa confusão, mais de um mês com a mão imobilizada.

Mas uma coisa de bom eu tirei nisso tudo, aprendi a escrever com a mão esquerda rs...

Um beijo e até a próxima!!!

Ivone Leão

Apaixonada pela vida!!!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pra animar sua Segunda feira----> As aprontagens de Ivoninha

Eu sou meio velha sabe, tenho que confessar que sou do tempo do bonde, pelo menos em Campinas enquanto vivia minha infância tinha!!

...quando contava os sete anos de idade realmente eu era uma menininha linda, magrinha, de cabelo lisinho bem loiro mista que sou entre holandes, ingles e  africano, uma loucura, coisas de Brasil!!

Nesse tempo ia todo o sabado com minha familia a igreja Adventista, eu gostava das histórias que escutava na escolinha pra crianças da minha idade.

Lembro bem de certas figuras que mostravam sempre, o céu, claro, pra falar de Deus, de seu filho Jesus, um homem muito bom que viveu na terra há muito tempo atrás e apesar disso morreu pregado numa cruz sofrendo muito.

Tinha também o desenho dele, lindo de serenos olhos azuis, mas o de Deus nunca me mostraram...

Uma história que me deixava bastante  impressionada era a de um homem que conseguiu abrir o mar bem no meio!!

E de um outro que fez com que uma montanha saísse de seu lugar e fosse até ele!!

Uáu como eu achava tudo aquilo incrível...

Só sei que eu me via como uma menina de muita fé e capaz de fazer milagres com a ajuda de um Pai que morava num céu muito bonito.

Assim eram meus dias nesse tempo,
durante a semana ia a escola primária que também ficava na Igreja, mas numa sala separada da que aprendia sobre as coisas da fé.

Lá eu também fazia teatro  e fui até a vovó da chapeuzinho vermelho, não sei porque mas nunca consegui o papel principal, apesar de ser muito boa em decorar textos... Mas a vovó era comida pelo lobo, o que era bem legal por ser o momento em que todos ficavam eletrizados ...

A chapéuzinho lembro bem foi a Márcia, puxa saco da professora, morena e perninhas grossas, bem diferente de mim magrinha, e de cabelinho tão escorrido que nem uma presilha ficava...

Mas eu tinha dois momentos de muita emoção em  cada dia, a ida e a volta da escola, pois sozinha pegava o bonde!!

Que liberdade, sozinha ia me sentindo super dona de mim,
mas uma coisa acontecia as vezes que me incomodava um tanto, era um sapatinho esquisito que minha mãe me fazia usar com meias brancas, o tal do sapato no momento que ia subir no bonde escorregava o que me deixava um tanto atrapalhada pois carregava uma pasta ou melhor uma maleta com o material da escola e quando o sapato sismava de querer sair do pé bem na hora que o ‘motorneiro’ ... bom, isto é, você sabe que motorneiro é o homem que dirigia o bonde não sabe?... então, depois dele trocar o lado do bonde ... bom, deixa eu explicar direito isso... o bonde é... vamos dizer... unisex, ele tem duas frentes... to me explicando bem?!!

Então, o bonde não podia dar a volta pois ficava grudado numa coisa que dava energia pra ele poder andar, na hora da volta, ele, o tal do motorneiro descia do bonde e ia no outro volante que não era bem um volante, era, sei lá, uma coisa meio diferente mas que  dava um tranco na partida, mas apesar disso levava todos pra casa, pro trabalho e pra escola como eu, com toda segurança.
pra você que não é do tempo do bonde

Além do mais eu detestava aquele sapatinho esquisito, com um bico meio fino, achava ele ultrapassado sabe.

Certo dia contei pra minha mãe, Loudes seu nome,  o que estava acontecendo com o tal sapato, quando não foi minha surpresa ela disse com toda a segurança... filha se o sapato cair outra vez deixa ele, não pega não que é muito perigoso!!!

Ah!Foi o suficiente...

“Depois dizem, é uma criança... vai vendo...”

Senti que estava alí a grande chance de me livrar daquele sapatinho esquisito...

Bobinha e sem noção nenhuma do perigo,
logo no dia seguinte larguei um dos pés do dito cujo escondido num terreno baldio pouco antes de chegar em casa e com a maior cara de pau disse a mamãe que ele havia caido e eu havia feito exatamente o que ela me disse, deixei por lá mesmo...

Imagina o que me aconteceu, fui direto pro castigo.. .

Sozinha no meu quarto, pois lembra  que eu contei outro dia que minha irmãzinha só chegou quando eu estava com oito anos, então, eu ainda estava com sete, e ali sozinha lembrei da fé!

Claro, se tem gente que consegue abrir o mar e  até mover montanha, trazer um sapatinho de volta era sopa!

Pulei a janela do meu quarto, corri até o terreno baldio, e ele ainda estava lá, peguei, corri de volta pra casa jogando rapidinho pela janela  e deitei de volta na cama quietinha.

Nessa hora minha mãe entra no quarto e vendo o bendito sapatinho bem ao lado do outro, me perguntou o que havia acontecido, quando muito rápido eu respondi,

Mãe você não sabe o que aconteceu, eu pedi pro Papai do céu pra trazer ele de volte e ele trouxe!!!

É móle rsrrs

Com certeza dessa vez eu apanhei  rsrsrsr



Um abraço e coragem em mais uma segunda feira, pois com certeza com fé se vai ao longe

olha eu aqui, desde o tempo do bonde!!

rs Bom dia +_+

Ivone Leão

I Love my life

sábado, 27 de novembro de 2010



Enfim, descobri porque me senti diferente de todos desde menininha, sem tribo, sempre posta de lado por isso mesmo. Trilhei por muito tempo uma vida solitária, sem encontrar pessoas que tivessem afinidade com meus conceitos, apesar de aos poucos ter aprendido a me soltar devido a uma alegria natural da alma, apesar de momentos profundos de instrospecção e mesmo um sentimento de derrota por tantas vezes, cresci com livros e mais livros e tenho vivido uma vida rica em experiências.

Sim eu sou uma Indigo.

Hoje uma mulher adulta e segura de mim, sinto orgulho sem egocentrismo, mas orgulho de ter vencido tanto preconceito e até mesmo ter sofrido o mais alto gráu de maldade de pessoas realmente sem coração.

Ivone Leão .'.