Ivone Leão

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Pra animar sua Segunda feira----> As aprontagens de Ivoninha

Eu sou meio velha sabe, tenho que confessar que sou do tempo do bonde, pelo menos em Campinas enquanto vivia minha infância tinha!!

...quando contava os sete anos de idade realmente eu era uma menininha linda, magrinha, de cabelo lisinho bem loiro mista que sou entre holandes, ingles e  africano, uma loucura, coisas de Brasil!!

Nesse tempo ia todo o sabado com minha familia a igreja Adventista, eu gostava das histórias que escutava na escolinha pra crianças da minha idade.

Lembro bem de certas figuras que mostravam sempre, o céu, claro, pra falar de Deus, de seu filho Jesus, um homem muito bom que viveu na terra há muito tempo atrás e apesar disso morreu pregado numa cruz sofrendo muito.

Tinha também o desenho dele, lindo de serenos olhos azuis, mas o de Deus nunca me mostraram...

Uma história que me deixava bastante  impressionada era a de um homem que conseguiu abrir o mar bem no meio!!

E de um outro que fez com que uma montanha saísse de seu lugar e fosse até ele!!

Uáu como eu achava tudo aquilo incrível...

Só sei que eu me via como uma menina de muita fé e capaz de fazer milagres com a ajuda de um Pai que morava num céu muito bonito.

Assim eram meus dias nesse tempo,
durante a semana ia a escola primária que também ficava na Igreja, mas numa sala separada da que aprendia sobre as coisas da fé.

Lá eu também fazia teatro  e fui até a vovó da chapeuzinho vermelho, não sei porque mas nunca consegui o papel principal, apesar de ser muito boa em decorar textos... Mas a vovó era comida pelo lobo, o que era bem legal por ser o momento em que todos ficavam eletrizados ...

A chapéuzinho lembro bem foi a Márcia, puxa saco da professora, morena e perninhas grossas, bem diferente de mim magrinha, e de cabelinho tão escorrido que nem uma presilha ficava...

Mas eu tinha dois momentos de muita emoção em  cada dia, a ida e a volta da escola, pois sozinha pegava o bonde!!

Que liberdade, sozinha ia me sentindo super dona de mim,
mas uma coisa acontecia as vezes que me incomodava um tanto, era um sapatinho esquisito que minha mãe me fazia usar com meias brancas, o tal do sapato no momento que ia subir no bonde escorregava o que me deixava um tanto atrapalhada pois carregava uma pasta ou melhor uma maleta com o material da escola e quando o sapato sismava de querer sair do pé bem na hora que o ‘motorneiro’ ... bom, isto é, você sabe que motorneiro é o homem que dirigia o bonde não sabe?... então, depois dele trocar o lado do bonde ... bom, deixa eu explicar direito isso... o bonde é... vamos dizer... unisex, ele tem duas frentes... to me explicando bem?!!

Então, o bonde não podia dar a volta pois ficava grudado numa coisa que dava energia pra ele poder andar, na hora da volta, ele, o tal do motorneiro descia do bonde e ia no outro volante que não era bem um volante, era, sei lá, uma coisa meio diferente mas que  dava um tranco na partida, mas apesar disso levava todos pra casa, pro trabalho e pra escola como eu, com toda segurança.
pra você que não é do tempo do bonde

Além do mais eu detestava aquele sapatinho esquisito, com um bico meio fino, achava ele ultrapassado sabe.

Certo dia contei pra minha mãe, Loudes seu nome,  o que estava acontecendo com o tal sapato, quando não foi minha surpresa ela disse com toda a segurança... filha se o sapato cair outra vez deixa ele, não pega não que é muito perigoso!!!

Ah!Foi o suficiente...

“Depois dizem, é uma criança... vai vendo...”

Senti que estava alí a grande chance de me livrar daquele sapatinho esquisito...

Bobinha e sem noção nenhuma do perigo,
logo no dia seguinte larguei um dos pés do dito cujo escondido num terreno baldio pouco antes de chegar em casa e com a maior cara de pau disse a mamãe que ele havia caido e eu havia feito exatamente o que ela me disse, deixei por lá mesmo...

Imagina o que me aconteceu, fui direto pro castigo.. .

Sozinha no meu quarto, pois lembra  que eu contei outro dia que minha irmãzinha só chegou quando eu estava com oito anos, então, eu ainda estava com sete, e ali sozinha lembrei da fé!

Claro, se tem gente que consegue abrir o mar e  até mover montanha, trazer um sapatinho de volta era sopa!

Pulei a janela do meu quarto, corri até o terreno baldio, e ele ainda estava lá, peguei, corri de volta pra casa jogando rapidinho pela janela  e deitei de volta na cama quietinha.

Nessa hora minha mãe entra no quarto e vendo o bendito sapatinho bem ao lado do outro, me perguntou o que havia acontecido, quando muito rápido eu respondi,

Mãe você não sabe o que aconteceu, eu pedi pro Papai do céu pra trazer ele de volte e ele trouxe!!!

É móle rsrrs

Com certeza dessa vez eu apanhei  rsrsrsr



Um abraço e coragem em mais uma segunda feira, pois com certeza com fé se vai ao longe

olha eu aqui, desde o tempo do bonde!!

rs Bom dia +_+

Ivone Leão

I Love my life

3 comentários:

Igor Zanoni disse...

Ainda existem bondes no Brasil, em certos lugares. Eles sumiram entretanto quase todos para dar lugar ao automóvel, que é o meio de transporte mais individualista e nocivo ao meio ambiente que poderíamos inventar.Pessoalmente, sou do tempo do bonde e detesto automóvel por uma questão de ética.

Ivone Carneiro Leão disse...

Eu concordo que o bonde deveria ser usado em muitos lugares, o bairro de Santa Tereza no Rio de Janeiro, aliás esse lindo bairro que traz um charme muito especial esta sendo comprado aos poucos por Franceses que estão recuperando seus prédios mantendo o perifl da época de suas construções, lá o bonde ainda é utilizado como meio de transporte assim como o trem de suburbio em alguns bairros do Rio, mas essas coisas infelizmente são determinadas por um mecanismo que foge ao controle de nós cidadãos individualmente.

Ivone Carneiro Leão disse...

Email que recebi de meu querido amigo Kaique

Oi Ivone!
Tô gostando do blog. É já que vc vai ter material para um livro de memórias, hein? =]
Ótima segundonda aí!!
Beijos,
Kaique

Obrigada meu querido!!
Essas pequenas observações nos estimulam e alegram o dia!!