Um exercício simples poderá
ajudar nessa resposta.
Pegue um papel e escreva três
palavras que representem a felicidade para você.
Se tiver dificuldade, pare
respire algumas vezes suave e profundamente e se faça a pergunta: "O que é a
felicidade para mim?"
Você poderá se surpreender ao
verificar que elas nada têm a ver com algo que seja possível comprar.
Não seja precipitado pensando
que estou caindo num lugar comum onde a máxima dinheiro não traz
felicidade se aplica. Não é nesse contexto que quero abordar esse
tema.
É muito bom, termos condições
financeiras para manter nossa existência sem carências materiais, a questão é
que de acordo com a fonte de nossas finanças ela pode ou não nos trazer bem
estar e alegria interior.
Nos dias atuais estamos vivendo
o resultado de um modelo social onde vem sendo adotado trabalhe no que dá
dinheiro, competição é a base do negócio, tenha uma formação no que o mercado
de trabalho mais precisa, e assim por diante.
Em contrapartida países onde o
comunismo foi adotado como gestão política não obtiveram a prosperidade e
harmonia esperada, e digo como observadora e não como estudiosa política, apenas
é sabedoria ancestral que não se pode prosperar plenamente o que não tenha por base a
vitalidade espiritual, sendo o espiritual aquilo que anima o material.
Na antiga União Soviética as
profissões eram determinadas pela necessidade de mercado e não por livre
escolha de aptidão (recomendo o filme Sol da meia noite com Mikhail Baryshnikov), mas nos países emergentes não tem sido diferente. Apenas
realizadas em teoria, de forma diferente, temos vivido presos por uma rede
invisível de carência e isso se revela em forçar caminhos, levando o humano a
se robotizar. Não há saúde que suporte esse caminho por muito tempo, não é por
menos que as populações estão sendo tão medicalizadas, trocou-se o combustível
natural (alegria, bem estar) pelo inatural (calmantes, ansiolíticos, etc.).
Faça mais um breve exercício. Feche os olhos, ponha sua mão direita sobre o centro do peito e sinta as batidas do seu coração, mais uma vez respire suave e profundamente, sinta, escute o som do ar entrando por suas narinas preenchendo seus pulmões e observe o ritmo de seu batimento cardíaco.
Faça outra vez a pergunta, o
que me faz sentir alegria e leveza? Escute, a resposta virá com toda certeza, e
não duvide de sua autenticidade.
Pode parecer a princípio uma proposta ingenua mas não é. Quando crianças somos alegres e leves, cheios de planos para o futuro, pondere sobre o que faz com que as pessoas percam essa espontaneidade ao longo da vida...
Amparado pela mídia, tão forte, desde o evento da
televisão, foi se construindo um modelo artificial de felicidade. E hoje o
resultado é o que podemos ver claramente para onde quer que observemos com olhar genuíno.
Se nos dispusermos a conhecer um pouco que seja
sobre a vida de pessoas que propuseram mudanças a esse modelo praticado nos
últimos 50, 70, 100 anos, falando sobre o padrão que tem sido estimulado na
recente história social, iremos constatar que todas foram fortemente
combatidas, muitas mortas, outras sobreviveram graças ao apoio de pessoas ligadas a arte, a filosofia e espiritualidade natural. São homens
e mulheres que descortinaram modelos de educação, saúde, ciência, arte, fora
desse padrão escravagista, que continua pra mim tendo a imagem de uma galera
antiga onde muitos remam
a fim de manter o
objetivo de uma pequena elite.
Antes, por aqui foi trocado espelhinhos por ouro, hoje se oferece cartão de crédito, sexo fácil, churrasco, futebol, ou para os mais abastados, vinho e queijo, sexo fácil, viagens de luxo e assim por diante, mas tudo ainda me parece muito pouco diante da comunhão com a delicadeza de uma relação verdadeira.
a fim de manter o
objetivo de uma pequena elite.
Antes, por aqui foi trocado espelhinhos por ouro, hoje se oferece cartão de crédito, sexo fácil, churrasco, futebol, ou para os mais abastados, vinho e queijo, sexo fácil, viagens de luxo e assim por diante, mas tudo ainda me parece muito pouco diante da comunhão com a delicadeza de uma relação verdadeira.
Durante o tempo em que me
estabelecia como ‘adulta’, vi pessoas, e eu mesma passei por isso, que caso
expressassem múltiplas habilidades eram tidas como faz tudo, bombril (referência
a esponja de aço de mil e uma, utilidades), e algo menor, pois o modelo
era especialização e 'ái' daquele que ousasse ser diferente.
A filosofia andou fora do currículo escolar, a arte e tudo o mais que estimulasse o livre pensar ficam estão sempre em segundo plano em nosso sistema de educação. E pensar quantos livros já foram queimados, escritores e artistas perseguidos e mortos...
No presente e dentro de uma
certa corrente as
pessoas com multitalentos ou multinteligências graças a
evolução da espécie humana estão gradativamente sendo reconhecidas, mas
infelizmente há muita destruição nessa estrada. No passado, passado, se
destruíam a matéria ou os corpos, no passado recente se destruíram as
iniciativas, os ânimos de pessoas que se destacaram por sua vivacidade e
inteligência plural...
Embora seja muito bom, pessoas com quem possamos compartilhar
afinidades, o tal amor que resolve todas as nossas insatisfações
definitivamente não existe, a felicidade vem de nossa ação diária realizando o
que é original em nós, e que me perdoe o poeta que diz, é impossível ser feliz
sozinho, pois é mais sensato dizer é impossível ser feliz vazio... Nada chega de fora para nos fazer feliz.
Caminhemos... eu conservo minha saúde global pois quero estar presente quando realmente se
estabelecer essa sociedade saudável, aliás trabalho todos os dias para esse fim.
Ivone Leão
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