Ivone Leão

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Pimenta uma aliada da Saúde!

Acredito que muitos de nós já ouvimos falar de estímulos sensoriais causados
pelo consumo das pimentas.

A questão é que quando uma pessoa ingere um alimento apimentado ocorre um estimulo nos receptores existentes na língua e na boca que por sua vez transmitem ao cérebro uma mensagem informando que a boca estaria sofrendo queimaduras e imediatamente gera uma resposta química no sentido de salvá-lo do suposto fogo e, com isso, vários agentes entram em cena para refrescá-la, como o aumento da saliva, da transpiração e do umedecimento do nariz.

Isso acontece porque embora a pimenta não tenha provocado nenhum dano físico real, o cérebro, interpretando que a boca estaria pegando fogo começa a fabricar endorfinas, uma substância química utilizada pelos neurônios na comunicação do sistema nervoso que, transportada pelo sangue, faz comunicação com outras células. Sua denominação se origina das palavras "endo" (interno) e "morfina" (analgésico) portanto é um hormônio, que no caso do uso da pimenta, é produzido em resposta a uma suposta agressão proporcionando a sensação de alívio e bem-estar.


Além de estimular a produção das endorfinas o consumo da pimenta é benéfico porque aciona: 
atividades antimicrobianas, 
anti-inflamatória, 
anticancerígena, 
melhoram a digestão por ter efeito TERMOGÊNICO NATURAL acelerando o metabolismo.

Combate o câncer: Um estudo publicado no The Journal of Cancer Research dos Estados Unidos, em 2006, descobriu que a capsaicina induz a apoptose, morte celular programada, em células do câncer de próstata. Assim, ela contribui para evitar a proliferação da doença.

Mas nem todas as pimentas são iguais em seus princípios ativos. As pimentas que mais oferecem estes benefícios são as do gênero Capsicum, que já eram consumidas pelos índios brasileiros e em toda a América Latina antes da dominação européia. São as mais interessantes para a saúde porque têm como princípio ativo os capsaicinoides, que quanto mais picante maior concentração do princípio ativo. 

As principais pimentas do gênero Capsicum produzidas no Brasil são: 
jalapeño, 
pimenta de cheiro, 
pimenta de bode, 
cumari-do-Pará, 
malagueta, 
dedo-de-moça, 
murupi,
biquinho e cambuci ou chapéu de frade. 

Embora o sabor picante seja o atributo mais atrativo das pimentas, os seus frutos são ricos em fibras, sais minerais, vitaminas,
flavonoides, carotenos e outros metabólitos secundários com propriedades antioxidantes. Muitas variedades de pimenta produzidas no Brasil possuem alto valor nutricional e baixo teor de calorias.

Concentração de vitaminas e de carotenos (pró-vitamina A) presentes em:

100g de Pimenta Jalapeño

Vitamina C (mg) 44,3 

Tiamina (mg) 0,14

Riboflavina (mg) 0,06

Niacina (mg) 1,12
Ácido pantotênico (mg) 0,23
Vitamina B6 (mg) 0,51
Folato (mcg) 47
Vitamina A (mcg) 40
Betacaroteno (mcg) 455
Alfacaroteno (mcg) 15
Betacriptoxantina (mcg) 34
Luteína + zeantina (mcg) 492
Vitamina E (mg) 0,47
Vitamina K (mcg) 9,7

100g de Pimenta Vermelha (Dedo-de-moça)

Vitamina C (mg) 143,7
Tiamina (mg) 0,07
Riboflavina (mg) 0,09
Niacina (mg) 1,24
Ácido pantotênico (mg) 0,20
Vitamina B6 (mg) 0,50
Folato (mcg) 23
Vitamina A (mcg) 48
Betacaroteno (mcg) 534
Alfacaroteno (mcg) 36
Betacriptoxantina (mcg) 40
Luteína + zeantina (mcg) 709
Vitamina E (mg) 0,69
Vitamina K (mcg) 14,0

Principais nutrientes da pimenta
Nutrientes -10 gramas
Dedo-de-moça
Biquinho
De-cheiro
Murupi
De-bode
Cumari-do-pará
Malagueta
Jalapeño
Calorias
4,52 kcal
3,85 kcal
6,31 kcal
2,17 kcal
4,66 kcal
4,52 kcal
10,5 kcal
5,5 kcal
Fósforo
4 mg
2,46 mg
6,2 mg
2,9 mg
4,3 mg
5,7 mg
10,8 mg
4,4 mg
Potássio
39,7 mg
35,1 mg
49,6 mg
22,2 mg
37,9 mg
34 mg
63 mg
39 mg
Cálcio
2,5 mg
1,6 mg
2,4 mg
1,3 mg
1,2 mg
3,2 mg
5,9 mg
2,1 mg
Vitamina C
5,2 mg
9,9 mg
8 mg
13,4 mg
9,2 mg
7,4 mg
--
5,2 mg
Fibra
0,9 g
0,5 g
0,86 g
0,63 g
0,47 g
0,92 g
1,59 g
0,36 g
Fonte: Lutz e Freitas (2008)           

A melhor maneira de consumo das pimentas é in natura e não os molhos industrializados.

Pode-se preparar em casa uma conserva de pimenta natural deixando-as imersas em azeite acrescentando uma pitada de sal marinho e uma pitada de açúcar, embora venha a perder parte de seus nutrientes.

Para quem quiser saber mais sobre o assunto acesse e baixe o PDF da Revista Brasileira de Agropecuária Sustentável (RBAS), v.3, n.2., p.108-120,Dezembro, 2013



Abraço,
Ivone Leão
Apaixonada pela Vida


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